Meu Deus eu Creio, Adoro, Espero e Amo-Vos. Peço-Vos perdão para todos aqueles que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam.

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07 agosto 2018

ATO DE CONSAGRAÇÃO DO BRASIL AO SAGRADO CORAÇÃO



Ato da Consagração Cívica Nacional do Brasil ao Sagrado Coração de Jesus

Coração Eucarístico de Jesus, Coração do Homem-Deus, Coração de Cristo Rei, Salvador da humanidade, Senhor dos senhores, Juiz Supremo dos indivíduos e das Nações. Nós, como legítimos representantes do povo brasileiro, aqui vimos entregar-Vos os destinos de nossa Pátria, que Vos foi consagrada pelo Episcopado Nacional, em presença do Chefe do Governo, no alto do Corcovado.
    Neste momento culminante de nossa história, atendendo ao apelo de milhares de vozes, no mais alto plebiscito de Religião e patriotismo, vimos ratificar esta consagração ao Vosso Divino Coração.

    A Vós consagramos todos os Estados e Territórios do Brasil com suas riquezas naturais, suas empresas e realizações, suas riquezas materiais, seu patrimônio espiritual e moral.

    Reinai em nossos lares, santificando todas as famílias desde a mais abastada até as mais pobres.

    Reinai em todas as atividades dos homens. Sede a luz dos homens de estudo, a defesa da Pátria pelas Forças Armadas, a sapiência dos Legisladores, a justiça dos Magistrados, a orientação do Governo.

    Agradecemos as Vossas dadivosas bênçãos à nossa Pátria, e, reconhecendo nossos erros e ingratidões, pedimos Vosso perdão e misericórdia.

    Por Maria Santíssima, a Virgem Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, suplicamos Vossas bênçãos para felicidade do nosso Povo agora e sempre. Amém.


Assinaram este ato 58 senadores, 250 deputados, 55 ministros do Supremo Tribunal, o Tribunal Superior do Trabalho, o Tribunal de Recursos, o Superior Tribunal Militar e 60 vereadores do Distrito Federal.

Foi pronunciado no encerramento do Congresso Eucarístico Internacional em 24 de julho de 1955.

Consagração Cívica Nacional
POR QUÊ?

    I - O Coração do Rei Divino tem pleno direito a esta homenagem. É verdadeiro Deus, Criador e Senhor absoluto de todas as coisas. É Redentor e Salvador do mundo, digno de eterna gratidão de todos os povos. É legítimo Rei por natureza, por herança e por conquista. Todas as nações Lhe foram dadas por herança (Salmo 2). E todo o poder Lhe foi entregue no céu e na terra (Mt 28,18).


    II - Não só tem direito, mas quer e pede esta homenagem. Ao revelar o seu Coração ao mundo, em Paray-le-Monial, reclamou para Ele não só um culto privado, mas também um culto público, social e nacional. Manifestou o desejo de que os homens Lhe rendessem o tributo de uma verdadeira consagração. Pediu-a expressamente da França. Ora, não há motivo para se julgar que tal pedido se refira unicamente a essa nação. Por que não às demais? Assim o entenderam várias delas, como por exemplo o Equador, a Colômbia, a Espanha, a Bélgica e várias outras.

    III - Por este meio o Coração de Jesus pode e quer salvar o Brasil. "Ele me assegurou" - escreve a confidente do Sagrado Coração, Santa Margarida Maria - "que a consolação que tem em ser amado, conhecido e honrado das suas criaturas é tão grande, que me prometeu que todos aqueles que lhe forem dedicados e consagrados, não perecerão eternamente".

    A Benigna Consolata asseverou também Nosso Senhor: "O único remédio para atalhar o mal da sociedade enferma só pode vir do meu Coração Divino". "O meu Coração será a salvação de todo o mundo, a salvação de quantos O buscarem e conhecerem".

POR QUEM?

    Pela legítima e suprema autoridade do País, em nome e, a ser possível, com a adesão calorosa da maioria do Povo Brasileiro.

04 fevereiro 2018

SÃO TEÓFANO VENARD - MISSIONÁRIO E MÁRTIR

São Teófano Venard, protegei e abençoai os seminaristas e sacerdotes missionários!

SÃO TEÓFANO VENARD - MISSIONÁRIO E MÁRTIR 

"Teófano Venard, foi um missionário francês martirizado no longínquo oriente, Santa Teresinha, após leitura da vida do jovem missionário e mártir, já se encontrando bastante doente e debilitada, decide fazer uma novena para obter dele a graça da partida como missionária para a Indochina."

Alegre pela ordenação presbiteral

“Deus estava no meio de nós, e com cada um de nós”, dizia o recém-ordenado Pe. Teófano em carta que enviou a seu pai e aos irmãos Melânia e Henrique após celebrar sua primeira Missa na festa da Santíssima Trindade, em 6 de junho de 1852. “Amanhã pela manhã irei, com meus colegas, os novos padres, consagrar o sacerdócio a Nossa Senhora das Vitórias e a Ela agradecer por ter-me levado à ordenação”, acrescentou. Mesmo fazendo parte de uma família muito unida, nenhum parente de Teófano pôde comparecer à sua ordenação presbiteral, o que prefigurava, de certa forma, a separação que faz parte da vida de todo missionário. “Pensei em vocês, o que farei sempre que oferecer o Santo Sacrifício”, escreveu alegre ao mesmo tempo em que lhes enviava a bênção.

O martírio de um conterrâneo lhe causa uma santa inveja

João Teófano nasceu em 21 de novembro de 1829 em Saint-Loup-sur-Thouet, na diocese de Poitiers, na França. Era o segundo entre quatro irmãos (Melânia, Teófano, Henrique e Eusébio). Contava ele nove anosquando lhe chegou às mãos um livreto no qual era relatada a vida e morte de São João Carlos Cornay, missionário martirizado pouco antes em Tonkin (região na qual se localiza a cidade de Hanói, e que se estendia por áreas geográficas que na atualidade pertencem à China, ao Laos, e ao Vietnam). O mártir, nascido também na França em uma localidade situada a trinta quilômetros de Saint-Loup (também diocese de Poitiers), tivera seu corpo cortado em pedaços, e sua história fez o pequeno Teófano entusiasmar-se com a leitura: “também quero ir para Tonkin; também quero ser mártir”, almejava.

Decide-se pela vida sacerdotal

Abrindo a alma ao seu pai, cristão exemplar, Teófano manifestou seu desejo de tornar-se padre, e iniciou seus estudos em Doué, cinqüenta quilômetros ao norte de onde sua família residia. Durante os estudos perdeu sua mãe, cuja morte deu-se em 1843. Sua irmã mais velha, Melânia, ocuparia o lugar da falecida mãe para receber os afetos de Teófano, inexistindo segredos entre ambos, porém a influência mais profunda no grupo familiar era exercida pelo pai, o que emana do eloqüente epistolário que sobreviveu ao martírio do santo sacerdote.

Entra nas Missões Estrangeiras

Já próximo ao fim dos estudos necessários à ordenação presbiteral Teófano migrou para as Missões Estrangeiras de Paris, de onde partiam missionários para a Índia e para o Extremo Oriente. Corria o ano de 1851 quando o jovem clérigo pediu ao pai permissão para se tornar missionário: apesar da dor, o temperamento cristão do Sr. Venard o fez conformar-se com a vontade de Deus. Teófano partiu, juntamente com outros missionários, tendo ao fim da Missa de despedida os pés beijados pelo superior e pelas demais pessoas presentes, ocasião solene em que os futuros mártires eram venerados por antecipação (já que o esperado para todos era o martírio, sendo excepcional a morte por causas orgânicas/naturais nas terras de missão).

Atua clandestinamente como sacerdote missionário em Tonkin

Destinado inicialmente à China, Teófano foi depois direcionado ao desejado Tonkin, exercendo por alguns anos o seu ministério clandestinamente sob as ordens de Mons. Retord, vigário apostólico. Porém a perseguição religiosa se intensificava, e os seminaristas locais tiveram de se dispersar, mas apesar das dificuldades Teófano dava apoio ao ensino religioso, ministrava os sacramentos do Batismo, Eucaristia, Reconciliação, Matrimônio e Unção dos Enfermos, além da Confirmação para o que recebera delegação do vigário apostólico, o qual não tinha condições de atender pessoalmente a todo o rebanho que lhe fora confiado. Diversas vezes Teófano teve de se ocultar, chegando a ficar escondido em um minúsculo compartimento sob uma casa, evitando qualquer mínimo ruído para não ser encontrado. Mas uma traição fez findar sua “liberdade”, palavra inapropriada para se referir às condições em que perigosa mas voluntariamente exercia sua ação missionária.

 Informa sua prisão à família

23 dezembro 2017

ADESTES FIDELES



Adeste Fideles

Adeste Fideles é uma canção de Natal cuja autoria é atribuída ao Rei João IV de Portugal. É certo que dois manuscritos datados de 1640 foram encontrados em seu palácio. O mais provável é que a música seja anterior ao Rei, talvez tenha sido composta por monges cistirciences. A música tornou-se mais conhecida quando foi executada pela primeira vez na Embaixada Portuguesa em Londres, tendo inclusive, sido chamada "Hino Português".

Os textos mais antigos consistem em quatro versos em Latim. Na versão atual, os quatro primeiros versos foram compilados por John Wade em 1740-43; o abade Jean-François Borderies acrescentou três versos em 1822 e o oitavo verso, de autor desconhecido, data de 1850. Em apresentações públicas é habitual omitir versos, pois o hino completo é um tanto longo. O otiavo verso é reservado para a celebração da Epifania. 

Em português a versão mais conhecida é uma adaptação, não uma tradução direta.



Letra em latim:

1. Adeste Fideles laeti triumphantes,
Venite, venite in Bethlehem.
Natum videte, Regem Angelorum;

Refrão:

Venite adoremus,
venite adoremus,
venite adoremus
Dominum!

2. Deum de Deo, lumen de lumine,
gestant puellae viscera.
Deum verum, genitum non factum; (refrain)

3. Cantet nunc io chorus Angelorum
cantet nunc aula caelestium:
Gloria in excelsis Deo!

4. Ergo qui natus, die hodierna,
Jesu, tibi sit gloria.
Patris aeterni Verbum caro factum;

5. En grege relicto, Humiles ad cunas,
vocati pastores approperant.
Et nos ovanti gradu festinemus;

6. Aeterni Parentis splendorem aeternum,
velatum sub carne videbimus.
Deum infantem, pannis involutum;

7. Pro nobis egenum et foeno cubantem,
piis foveamus amplexibus.
Sic nos anamtem quis non redamaret?

08 março 2017

SÃO JOSÉ - O MAIS SANTO DOS SANTOS



SÃO JOSÉ O MAIS SANTO DOS SANTOS

Depois da Virgem Maria, ninguém houve ou haverá mais santo que José. A sua proximidade a Maria e a Jesus fê-lo alcançar o mais alto grau de santidade. Ele foi testemunha excecional da Encarnação. Viu Cristo recém nascido e tomou-O nos seus braços e abraçou-O com os mais puros afetos. E, como chefe de família, ele mesmo Lhe pôs o nome.

Alguns, por isso, chamam a José a sombra do Pai, porque o Pai celestial o elegeu para fazer as suas vezes na terra; como seu representante, para cuidar de seu Filho e ajudá-Lo em tudo como bom pai. Santo Agostinho chamava a São José pai de Cristo e São Bernardo pai de Deus. Os evangelhos designam-no várias vezes como pai de Jesus. Pode dizer-se algo maior de algum santo que ser pai de Jesus e, ao mesmo tempo, ser esposo de Maria, a pessoa humana mais santa que existiu, existe e existirá?

Dizia São João Damasceno: José é esposo de Maria, nada maior pode dizer-se. São José é o caminho mais curto, mais rápido e mais seguro para chegar a Maria, medianeira de todas as graças. A Virgem Maria a ninguém amou mais na terra, depois de Jesus, que a José; amou-o com um amor total e esponsal. Quem pode calcular o poder de intercessão de José ante sua esposa Maria e ante seu filho Jesus? O seu patrocínio e o seu poder de intercessão é superior ao de todos os demais santos e anjos, sem dúvida alguma.

Ubertino de Casale, um italiano grande devoto de São José, de finais do século XIII, na sua obra Arbor vitae crucifixae, diz: Em todo o matrimónio, a união de corações realiza-se até ao ponto que o esposo e a esposa se consideram como uma só pessoa ou, como diz a Bíblia, como uma só carne, como uma só realidade em duas pessoas. Assim José assemelhou-se a sua esposa. Como poderia o Espírito Santo unir tão estreitamente a alma de Maria Virgem a outra alma, se esta não tivesse sido semelhante a ela na prática da virtude? Eu estou convencido de que São José foi o homem mais puro em virgindade, mais profundo em humildade e mais elevado em contemplação.

05 março 2017

O CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ




O escrito que segue, foi encaminhado ao site "Angelus Press" pelo Rev. Padre Podržaj Vidko, que se dignou, em honra a São José, a chamar-nos a atenção para a importância (muitas vezes esquecida) deste Glorioso Patriarca na obra da Redenção.

Que nossos leitores leiam este excelentíssimo trabalho do reverendo padre com muita atenção e procurem honrar sempre mais a este Santo homem a quem Deus chamou Pai e que escolheu para ser o castíssimo esposo da Santíssima Virgem;

***

Rev. Pe. Podržaj Vidko
Grabrovec 43
Si – 8330 Netlika
Eslovenia – Europa
tel.: 011/386/7/3050605

Angelus Press
Editorial Office for books
2915 Forest Avenue
Kansas City, MO 64109, USA

02 de fevereiro, A.D.2004

Caros editores da Angelus Press,

Sou um padre católico tradicional da Eslovênia, um pequeno país próximo à Itália. Vivo numa pequena vila numa pequena casa de madeira perto de uma floresta, e num pequeno recinto vivo, como, durmo, trabalho e rezo a Missa Tridentina. Existe um grupo de 20 fiéis católicos tradicionais neste momento em meu país. Eu vou a cada duas semanas para Ljubljana, capital do país, para rezar a Santa Missa num  humilde hotel e preparo o Altar com três mesas redondas de plástico.

Nós estamos vivendo em catacumbas! Eu li a Angelus, o Remnant (jornal) e percebi que posso escrever para meu pequeno público. Preparei a eles uma apostila sobre piedade que devemos ter para com o coração paternal de São José e decidi traduzir para o inglês e enviar uma cópia a vocês. Talvez vocês pudessem achar conveniente veiculá-la em inglês. A decisão é de vocês. Eu não possuo computador, não está uma obra-prima, e não tenho conhecimentos profundos na língua inglesa, mas vocês podem corrigir o que acharem  necessário.

Com meus mais sinceros cumprimentos e lembranças em Cristo, Maria e José!

Rev. Pe. Podržaj Vidko




O CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ

Em Fátima, Portugal, aos 13 de outubro de 1917, Lúcia, Francisco e Jacinta viram a Sagrada Família. São José segurava o menino Jesus em seus braços. Ambos estavam envolvidos em roupas vermelhas e estavam ao lado esquerdo do Sol. A mão direita de cada um deles estava erguida, abençoando com o sinal da cruz que foi feito 3 vezes sobre as 70.000 pessoas que estavam ali reunidas. No lado direito do Sol estava Nossa Senhora vestida de branco e com um manto azul celeste. O menino Jesus aparentava ter dois anos de idade.

Lúcia viu depois Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora do Carmo, ocorrendo posteriormente o famoso “Milagre do Sol”, um sinal dado a todo o gênero humano nesta era apocalíptica que pode indicar a proximidade dos fins dos tempos.

17 fevereiro 2017

ATO DE DESAGRAVO A NOSSA SENHORA DE APARECIDA




Ato de desagravo a Nossa Senhora Aparecida


Ó Maria, minha Mãe Santíssima, desejo desagravar-Vos das ofensas que o Vosso Coração Doloroso e Imaculado recebe, e em especial das blasfêmias que se dirigem contra Vós.

Ofereço-Vos estes pobres louvores com o fim de Vos consolar por tantos filhos ingratos que não Vos amam, e consolar o Coração Santíssimo de Jesus, Vosso Filho e Senhor nosso, a quem tanto ofendem e entristecem as injúrias feitas contra Vós.

Dignai-Vos, Mãe Dulcíssima, receber esta minha pobre e humilde oração; fazei que Vos ame e me sacrifique por Vós, cada vez mais e olhai com olhos de misericórdia para tantos infelizes a fim de que não tardem em acolher-se, arrependidos, ao Vosso colo maternal. Amém.

Bendito seja Deus!
Bendita seja a excelsa Mãe de Deus, Maria Santíssima!
Bendita seja Sua Santa e Imaculada Conceição!
Bendita seja Sua gloriosa Assunção!
Bendito seja o Nome de Maria, Virgem e Mãe!
Bendito seja o Seu Imaculado e Dolorosíssimo Coração!
Bendita seja a Sua Pureza Virginal!
Bendita seja a Sua Divina Maternidade!
Bendita seja a Sua Mediação Universal!
Benditas sejam as Suas Lágrimas e as Suas Dores!
Benditas sejam as graças com que o Senhor A coroou Rainha dos Céus e da Terra!

15 fevereiro 2017

QUASI AURORA CONSURGENS



* Quasi aurora consurgens *
Mais que aurora surgistes formosa

Mais que aurora surgistes formosa,
Doce luz espargindo na terra, 
E entre os astros que a noite descerra, 
Nenhum há mais brilhante que Vós!


Sois mais alva que a lua,
Mais que o sol sois brilhante, 
Mesmo o céu fulgurante, 
Perde em brilho perante Vós.


Vem do céu esse brilho das vestes,
E esse azul que no manto flutua,
Seus encantos cedeu-vos a lua, 
Doze estrelas vos vêm coroar!

12 fevereiro 2017

ORAÇÃO PARA OBTER O AMOR DE DEUS

Transverberação de Santa Teresa D'Ávila


Louvores Vos sejam dados, Pai celestial de meu Senhor Jesus Cristo, pois Vos dignastes
de lembrar-Vos de mim pecador!

Graças Vos sejam dadas, Pai de misericórdia e Deus de toda a consolação, porque, apesar de minha completa indignidade, de vez em quando, me recreais com a vossa consolação. Sede bendito e glorificado para sempre, com o vosso Unigênito Filho e o Espirito Santo Consolador, por todos os séculos dos séculos!

Vós sois a minha gloria, o enlevo de meu coração; sois a minha esperança e o meu refúgio no dia da tribulação. Mas porque ainda sou fraco no vosso amor e imperfeito na virtude, necessito ser por Vós confortado e consolado. Vinde, pois, Senhor, muitas vezes a minha alma, e instrui-me em vosso santo ensino,

Livrai-me das más paixões, e curai o meu coração de todos os afetos desordenados, para que, sanado e bem purificado interiormente, torne-me apto para amar, forte para sofrer e firme para perseverar.

10 fevereiro 2017

ORAÇÃO A SÃO LUIZ GONZAGA




Oração a São Luiz Gonzaga.

O' São Luiz, adornado de angélicos costumes, eu indignissimo devoto vosso, Vos recomendo singularmente a castidade de minha alma e do meu corpo.

Rogo-Vos, por vossa angelica pureza, que intercedais por mim ante o Cordeiro imaculado, Jesus Cristo, e sua Santíssima Mãe, a Virgem das virgens, e me preserveis de todo o pecado mortal.

Não permitais, que eu seja manchado com nódoa alguma de impureza, mas quando me virdes em tentação ou perigo de pecar, afastai de meu coração todos os pensamentos e afetos imundos,
e despertando em mim a lembrança da eternidade e de Jesus Cristo crucificado, imprimi profundamente no meu coração o sentimento do santo temor de Deus, e inflamai-me no amor divino, para que, imitando-Vos aqui na terra, mereça gozar de Deus convosco lá no Céu.
Amém.

09 setembro 2016

SEDE DAS ALMAS - SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS E DA SAGRADA FACE

Passarei o meu céu fazendo o bem sobre a terra
Sede das almas

Teresa já não era mais aquela menina fraca e extremamente sensível a chorar por ninharias. Agora forte, generosa, encetava decidida, nova fase da existência no proposito firme de se santificar e crescer no amor de Jesus Cristo.

Os golpes de provações, bem duros, a fortificaram para a luta. Aos quatorze anos, quando toda menina se enche de ilusões, já compreendia ela quão efêmeras são as glórias terrenas e que tudo no mundo é vaidade, exceto amar e servir a Deus. Sentia um desejo ardentíssimo de salvar almas, converter os pecadores, elevar ao amor de Deus muitos corações. "Um domingo", escreve ela, "ao fechar o meu livro de rezas, no fim da missa, acertou ficar um pouco fora das páginas uma fotografia que representava Nosso Senhor na cruz, deixando aparecer apenas uma das mãos divinas transpassadas e a verter sangue. Sentia-me então possuída de um sentimento novo e inefável. A vista daquele sangue precioso que rolava para o chão sem que ninguém procurasse recolhê-lo, partiu-se de dor meu coração, e tomei a resolução de permanecer continuamente em espírito ao pé da cruz, para receber o divino orvalho da salvação e derramá-lo depois sobre as almas. Daquele dia em diante o brado de Jesus moribundo: "Tenho sede!" ecoava incessantemente no meu coração, para nele despertar um ardor vivíssimo até então desconhecido. Queria dar de beber ao meu Amado Salvador; senti-me eu também devorada pela sede das almas, e a preço de qualquer sacrifício ambicionava livrar os pecadores das chamas eternas.

Os pobrezinhos e os criados.

Teresa se volta cheia de carinho e atenções para os pobres e os criados. Exercita o zelo e a bondade do seu coração. No período que vai da saída do Colégio da Abadia à entrada do Carmelo, entregou-se generosamente a inúmeras práticas de caridade e zelo.

Leônia, mais tarde a visitandina, Soror Francisca Teresa, depôs no Processo da Canonização o seguinte: "Nesta época, Teresa, permanecendo constantemente em casa, foi na verdade a alegria da família. Até os criados lhe queriam muito, porque tudo na pessoa dela respirava paz, bondade e condescendência. Esquecia-se sempre de si mesma para agradar a todos. O seu caráter inalterável era tão simples e parecia tão natural, que ter-se-ia dito que nada lhe custava nessas renúncias perpétuas.

Era referindo-se a esta época que mais tarde Teresa devia dizer no Carmelo a uma das irmãs: "Tinha dó dos empregados". Ao verificar a diferença que existe entre criados e patrões dizia consigo mesma: "Como isto prova bem a existência do céu onde cada qual será colocado segundo o mérito interior! Como os pobres e os humildes serão bem compensados das humilhações que tiveram sofrido neste mundo!"

Depois da família, os pobres. Quando, em todas as segundas-feiras, estes se apresentavam à porta do jardim, apreciavam sem dúvida o pedaço de pão alvo que Teresa lhe oferecia, mas muito mais ainda o sorriso da criança e o gesto de proteção para acalmar os latidos de Tom, o fiel cão de vigia, naturalmente temível para os mendigos. Na cidade, onde acompanhava o pai com mais frequência do que outrora, era quase em cada esquina de rua um apelo a bolsa do Senhor Martin a favor dos miseráveis, abrigados debaixo dos alpendres.

Catequista

No desejo de salvar almas, Teresa, acompanhada de uma criada dos Buissonnets, saía a procurar os pobrezinhos dos arredores e entrava nas mansardas humildes.

Acariciava os pequeninos e deixava um sorriso, um gesto de bondade em cada família. Encontrou certa vez uma infeliz mãe enferma e com duas filhas, em miséria extrema. Teresinha tomou a si o cuidado e o sustento dos pequenos, e nos jardins dos Buissonnets instruía pacientemente as meninas. Na História de uma alma descreve:

"Nosso Senhor me proporcionou a consolação de conhecer de perto almas de crianças, e quero contar-lhe em que circunstância; durante a doença de uma pobre mãe de família, muito me interessava pelas suas duas filhinhas, a mais velha das quais não teria ainda seis anos. Que satisfação para mim o ver a candura com que essas pequenininhas prestavam fé a tudo quanto lhes ensinava! É mister reconhecer que o Santo Batismo lança bem fundo nas almas o germe das virtudes teologais, pois que logo desde a infância basta a esperança dos bens futuros para fazer aceitar sacrifícios. Quando queria estreitar os laços da boa harmonia nessas duas amiguinhas, em vez de lhes prometer brinquedos e docinhos, falava-lhes nas recompensa eternas que Jesus dará as crianças boazinhas. A mais velha, cuja razão começava a desenvolver-se, olhava para mim com expressão de vivo júbilo, fazendo-me um sem número de perguntas encantadoras a respeito do Menino Jesus e do seu belo céu. Prometia-me em seguida, num arranco de entusiasmo, que havia sempre de ceder à sua irmãzinha, acrescentando que nunca mais, enquanto vivesse, esqueceria das lições da "Grande Senhorita" como ela me chamava.

Pranzini

Teresa abrasada no Divino Amor tinha sede de alma. Quisera converter e salvar todos os pecadores. O seu "primogênito" para o céu foi um dos maiores e mais terríveis bandidos e assassinos da época - chamava-se Pranzini. O "Padre Carbonel"dá-nos alguns pormenores deste homem perigoso.

Nascera em Alexandria, no Egito, e foi educado muito cristãmente pela sua piedosa mãe. Estudou com brilhantes resultados, tanto assim que falava corretamente nada menos de oito línguas, o que lhe valeu em lugar de intérprete em diversos navios.

Infelizmente, não tardou o dia em que abandonou de vez a vida honesta e, com a honestidade, foi-se todo o bem-estar que obtivera pelo trabalho.

Desembarcou na França, e seguiu rumo de Paris, numa época em que se achava reduzido à maior miséria. A falta de recursos lançava-o de dia para dia em maiores apertos, de sorte que se atreveu a assassinar três pessoas, entre as quais se achava uma menina de onze anos para ver se conseguia livrar-se de tantos apuros.

Esse crime horroroso abalou a França inteira e, por toda a parte andava a polícia a caça do criminoso. Deram com ele em Marselha, no momento em que ia embarcar para Alexandria. Foi preso e conduzido a Paris.

No cárcere passava horas do dia a traduzir livros maus para várias línguas. Teimava em negar o seu crime e, se admitia o capelão, era quando muito e só a título de distração, na esperança de receber dele um pouco de fumo.

É digno de nota que o infeliz venerava ainda Nossa Senhora. No dia da Assunção pediu licença para assistir a Missa, revelando que, até no meio dos seus desvarios, havia continuado a entrar nas Igrejas, com o fim de saudar a Virgem Santíssima, e que outrora se ufanava de conduzir o estandarte de Maria nas procissões que percorriam as ruas de Alexandria. Foi esta a sua única confidência. Na manhã do dia aprazado para a execução, recusava ainda o ministério do sacerdote, amaldiçoava os que o condenavam, jurando que era inocente.

O cinismo do famoso Pranzini era célebre em toda a parte. Conta-se até que pediu que, depois da sua morte, se retalhassem a pele para fazer bolsas. Todos se inclinavam, portanto, a crer que morreria impenitente, quando esta história horrenda chegou aos ouvidos da nossa querida santinha.



Súplica

A história horrível deste mostro chegou aos ouvidos de Teresa. E a menina abrasada em zelo pela conversão dos pecadores, ousou pedir a Jesus a conversão do criminoso.

Teresa ouviu falar de um grande criminoso por nome Pranzini, diz ela, condenado a morte por homicídios horrendos e cuja impenitência fazia recear seriamente da sua eterna condenação. Apostada a impedir esta última e irremediável desgraça, socorreu-se de todos os meios espirituais ao seu alcance, e convencida de que nada podia obter por si mesma, ofereceu pelo seu resgate os Infinitos Merecimentos de Nosso Senhor e os Tesouros da Santa Igreja.

Dizia ela: Devo confessá-lo? Lá no íntimo do meu coração alimentava a certeza de que seria atendida. Contudo, afim de alentar a minha coragem e para continuar a correr afoitamente à conquista das almas, fiz esta oração: "Meu Deus, certíssima estou de que perdoareis ao infeliz Pranzini, e tal é a minha confiança na vossa infinita misericórdia, que se não se confessar e não der nenhum sinal exterior de contrição, apesar disso acreditarei na sua salvação. Mas é este o meu primeiro pecador; por este motivo e para minha consolação pessoal, peço-vos simplesmente um sinal de seu arrependimento.

Minha súplica foi deferida ao pé da letra!"

A impenitência do cruel Pranzini rende-se diante da sede de salvar almas de uma Santa Menina. 

Condenação e conversão de Pranzini.

A prisão e condenação à morte do famoso bandido abalou toda a França. Os jornais enchiam páginas inteiras de comentários e notícias. A execução estava marcada para o dia 31 de agosto de 1887. O Sr. Martin, na austeridade com que educava as filhas, não lhes permitia a leitura dos jornais diários e nem mesmo a do diário Católico "La Croix".

Ao ver o interesse que a sua Teresinha tomara pela conversão de Pranzini, permitiu-lhe que naqueles dias acompanhasse através do noticiário a condenação de seu infeliz protegido espiritual.

Na madrugada de 31 de agosto, cerca de trinta mil pessoas em Paris se acotovelavam em roda do patíbulo onde ia ser executado o célebre bandido. E o povo em brados pedia a morte de Pranzini e esperava ansioso a hora da execução. Realmente os seus crimes horrendos e o seu cinismo eram de causam justa indignação.

Até o último instante o criminoso se conservava obstinado. Recusava o sacerdote. No derradeiro momento, porém, um minuto antes que lhe cortassem a cabeça, comovido repentinamente como por uma inspiração celeste, exclama:

-Padre, um crucifixo, depressa!

Beija com amor arrependido os pés de Jesus Crucificado e murmura baixinho:

-Pequei!

E o sacerdote levanta a mão e em um longo Sinal da Cruz o absolve. Daí a um instante o gume da justiça decepa-lhe a cabeça. No dia seguinte, 1º de Setembro de 1887, "La Croix" publica as linhas seguintes entre o vasto noticiário desta execução ruidosa: "Depois do despertar do condenado, levam-no à sala do arquivo, onde Deibler e os seus ajudantes esperam a momentos que lho entreguem. Aí cortam-lhe os cabelos, chanfram-lhe os cós da camisa, amarram-no. Às cinco horas menos dois minutos, enquanto os pássaros chilream nas árvores da praça, um murmurio confuso se ergue da multidão, ressoa a voz do comando:

- Calar baionetas! Ouve-se um tilintar de ferros, as laminas brilham e no limiar da prisão, cuja porta se abre, o assassino assoma lívido. O capelão põe-se-lhe na frente para ocultar a máquina sinistra; os ajudantes sustentam-no repele o padre e os carrascos. Ei-lo em frente do cadafalso para cima do qual Deibler o atira com um empurrão . Um ajudante, colocado do outro lado, agarra-lhe na cabeça, pondo-a e mantendo-a pelos cabelos debaixo da lâmina. Antes, porém, que este movimento se produzisse, talvez um relâmpago de arrependimento atravessasse a consciência do criminoso. Pediu ao capelão o crucifixo e beijou-o por três vezes.

E quando o cutelo caiu, quando um dos ajudantes agarrou pela orelha a cabeça decepada, dissemos conosco que, se a justiça humana estava satisfeita, talvez este ósculo derradeiro desarmasse a justiça divina que exige sobretudo o arrependimento" ("La Croix" - 1º de Setembro de 1887).

Ao ler esta notícia, Teresa não pode conter as lágrimas. Fugiu da sala para esconde a comoção profunda. Havia obtido o sinal desejado. E este era bem claro. Pranzini estava salvo! Nunca mais o esqueceu. Sempre que lhe davam algum dinheiro mandava celebrar missas pela alma do seu "primogênito", o primeiro pecador salvo por suas orações e sacrifícios e gerado para a vida da graça!

A vista das chagas Divinas do Redentor, Teresa se abrasa numa sede ardentíssima de almas. Desde aquela conversão, dizia ela, recebi uma graça escolhida, a de uma ambição de salvar almas. Parecia-me ouvir a voz de Jesus a repetir-me baixinho o seu pedido a Samaritana: - "Dá-me de beber!" Era uma súplica de amor. Dava às almas o sangue de Jesus oferecia a Jesus estas mesmas almas orvalhadas pelo sangue do Calvário. E quanto mais dava de beber a Jesus, mais crescia também a sede de minha pobre alma. Sede que me era verdadeira e deliciosa recompensa.
(História de uma alma, C.V.).

Excerto do Livro; Santa Teresinha do Menino Jesus, Monsenhor Ascanio Brandão. Capítulo XIII, páginas 140 à 146.

02 setembro 2016

SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS E DA SAGRADA FACE - BIOGRAFIA



Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face (1873-1897)

Maria Francisca Teresa Martin nasceu em Alençon, França, no dia 2 de janeiro de 1873, cercada de grande afeto e educada pelos pais, Zélia e Luís Martin, segundo sólidos valores cristãos. Foi batizada dois dias depois do nascimento, tendo como madrinha a irmã mais velha, Maria (1860-1940), que depois se tornaria irmã Maria do Sagrado Coração. Teresa era a caçula de cinco irmãs, todas as quais se dedicaram à vida religiosa. Além de Maria, havia Paulina (1861-1951) ­ futuramente, madre Inês de Jesus; Leônia (1863-1941) ­ depois irmã Maria Francisca Teresa; e Celina (1869-1959) ­ mais tarde irmã Genoveva da Sagrada Face. 

O casal Martin teve outros quatro filhos, que morreram ainda na infância. Chegou-se a temer que Teresa tivesse o mesmo fim pois, desde o início da vida, a pequena sofria com crises de enterite. Não tendo a Sra. Zélia Martin como alimentar a caçula, confiou-a a uma ama de leite que morava numa aldeia distante cerca de duas horas de Alençon. Ali Teresa permaneceu de março de 1873 a abril de 1874, quando retornou a casa.

Depois desse percalço, Teresa teve uma infância extremamente feliz. Todos os escritos de sua mãe dão conta de que ela era uma criança alegre, esperta, carinhosa e obstinada. E assim permaneceu até os quatro anos, ocasião em que sua mãe morreu de câncer (em 28 de agosto de 1877). Antes desse evento, diz Teresa:
“Tudo me sorria na terra. Deparava com flores a cada passo que desse, e minha boa índole contribuía também para me tornar a vida agradável. Ia, porém, começar um novo período para minha alma. Devia passar pelo cadinho da provação e sofrer desde a minha infância, a fim de que pudesse ser oferecida mais cedo a Jesus. Assim como as flores da primavera começam a germinar debaixo da neve e desabrocham aos primeiros raios de sol, assim também a florinha (…) teve que passar pelo inverno da provação” (Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face. História de uma alma: manuscritos autobiográficos. 2ª. ed., São Paulo: Paulus, 2008. p. 45).

A Santa Família Martin 
Maria a mais velha, de pé encostada junto a cadeira de sua mãe observa Teresinha de joelhos que reza no colo da Sra. Zélia. Quem a acompanha na oração também de joelhos junto a sua mãe é a pequena Celina. A linda cena chama a atenção de Paulina (a que viria ser a mãezinha de Teresa ) que abandona por alguns instantes a sua leitura para contemplar suas pequenas irmãs unidas em oração. Leônia, estando mais próxima do Sr. Luiz, parece buscar que seu  pai lhe tire alguma dúvida referente ao que escreve. Ao fundo a milagrosa imagem da "Virgem do Sorriso", que hoje e por todos os séculos dos séculos sorri na mais sublime felicidade para a Santa Família Martin. 

30 agosto 2016

O EXERCÍCIO DA MEDITAÇÃO - SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA

São Pedro de Alcântara, imagem retratando o milagre de levitação que ocorria com o santo


São Pedro de Alcântara
AVISOS PARA O EXERCÍCIO DA MEDITAÇÃO


1. Introdução

Tudo o que até aqui dissemos serviu para oferecer matéria de consideração para os que aprendem a meditar, o que é uma das principais partes deste tema. De fato, poucas pessoas possuem suficiente material para reflexão na meditação e, deste modo, por falta dele, não são poucos os que não conseguem dar-se a esta prática.

Agora, porém, resta declarar abreviadamente a maneira e a forma pelas quais pode-se meditar. E. mesmo que nesta matéria o principal Mestre seja o Espírito Santo, todavia a experiência nos mostrou que são necessários alguns avisos, porque o caminho para ir a Deus é árduo e necessita de guia, sem o que muitos andam muito tempo perdidos e desencaminhados.

2. Primeiro Aviso

Seja, pois, este o primeiro aviso: que quando nos pomos a considerar algumas das coisas que já mencionamos como matéria de meditação em seus devidos tempos e exercícios, não devemos estar tão presos a estas matérias que consideremos como serviço mal feito deixarmos uma para tomarmos outra, quando nisto encontrarmos maior gosto ou maior proveito, porque, como a finalidade de tudo é a devoção, o que mais servir para este fim, será isto que se deve considerar como sendo o melhor. Porém isto não se deve fazer por motivos levianos, mas com vantagem conhecida. Sendo assim, se em alguma passagem de sua oração sentirmos maior gosto ou devoção do que em outro, detenhamo-nos nele por todo o espaço de tempo em que dure este afeto, mesmo que todo o tempo do recolhimento se gaste nisto. Porque, como o fim de tudo isto é a devoção, conforme já o explicamos, seria um erro buscar em outra parte, com esperança duvidosa, o que já temos como certo em nossas mãos.

3. Segundo Aviso

Seja o segundo aviso que trabalhe o homem para desculpar neste exercício a demasiada especulação do entendimento, e procure deixar este negócio mais com afetos e sentimentos da vontade que com discursos e especulações do entendimento.

Porque sem dúvida não acertam este caminho aqueles que de tal maneira se põe na oração a meditar os Mistérios Divinos como se os estivessem estudando para pregar, o que seria mais derramar o espírito do que recolhê-lo e seria mais andar fora de si do que dentro de si. De onde nasce que, acabada a sua oração, ficam secos e sem suco de devoção, e tão fáceis e prontos para qualquer leviandade como o estavam antes. Porque a verdade é que tais pessoas de fato não oraram, mas falaram e estudaram, o que é coisa bem diversa da oração.

Estes tais deveriam considerar que no exercício da oração mais nos aproximamos para escutar do que para falar. Para acertar, portanto, neste negócio, aproxime-se o homem com o coração de uma velhinha ignorante e humilde, e mais com a vontade disposta e aparelhada para sentir e afeiçoar-se às coisas de Deus do que com o entendimento esperto e atento para esquadrinhá-las, pois isto é próprio dos que estudam para saber, e não dos que oram e pensam em Deus para chorar.

25 agosto 2016

O MANDAMENTO DA CARIDADE - SANTO TOMÁS DE AQUINO

-"Tomás, escreveste bem sobre mim. Que receberás de mim como recompensa pelo teu trabalho?"
 -"Senhor, nada senão Vós!"



O MANDAMENTO DA CARIDADE - SANTO TOMÁS DE AQUINO

1. Introdução.

Três coisas são necessárias à salvação do homem, a saber:


  • a ciência do que se há de crer,
  • a ciência do que se há de desejar,
  • e a ciência do que se há de operar.


A primeira nos é ensinada no Credo, onde nos é ensinada a ciência dos artigos da fé. A segunda, no Pai Nosso. A terceira na Lei.

Agora a nossa intenção é acerca da ciência do que se há de operar, para tratar da qual encontramos quatro leis.


  • A lei da natureza.
  • A lei da concupiscência.
  • A lei da Escritura, ou do temor.
  • A lei Evangélica, ou do amor.


2. A lei da natureza.

A primeira lei é dita lei da natureza, e esta nada mais é do que a luz da inteligência colocada em nós por Deus, pela qual conhecemos o que devemos agir e o que devemos operar. Esta luz e esta lei Deus a deu ao homem na criação, mas muitos acreditam dela poderem desculpar-se por ignorância se não a observarem. Contra estes diz, porém, o profeta no salmo quarto:

"Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem?", como se ignorassem o que é para se operar. Mas o próprio profeta no mesmo lugar responde:

"Sobre nós está assinalada a luz do teu semblante, ó Senhor", luz, a saber, do intelecto, pela qual nos é conhecido o que se deve agir. De fato, ninguém ignora que aquilo que não quer que seja feito a si, não o faça ao outro, e outras tais.

3. A lei da concupiscência.

Posto, porém, que Deus na criação deu ao homem esta lei, a saber, a da natureza, o demônio, todavia, semeou sobre esta uma outra lei, a da concupiscência. Com efeito, até quando no primeiro homem a alma foi submissa a Deus, observando os divinos preceitos, também a carne foi submissa em tudo à alma, ou à razão. Mas depois que o demônio pela tentação afastou o homem da observância dos preceitos divinos, também a carne se tornou desobediente à razão.

08 abril 2016

COMO COMUNGAR? A RESPOSTA DO MAGISTÉRIO E DOS SANTOS.



A Sagrada Comunhão deve ser sempre recebida na boca e de joelhos nos casos ordinários, as exceções sempre existiram, mas somente para os casos de urgência, como perseguição, evitamento de um sacrilégio, etc. As citações a seguir provam isso.


S. Justino Mártir (100-166)
Testificando que a eucaristia era distribuída até aos doentes somente pelos consagrados (diáconos e ministros): “Depois que o presidente deu ação de graças e todo o povo aclamou, os que entre nós se chamam ministros ou diáconos dão a cada um dos presentes parte do pão, do vinho e da água sobre os quais se pronunciou a ação de graças, e são também enviados aos ausentes por meio dos diáconos” [2]

S.Basílio Magno (330-379)
"É desnecessário notar que qualquer um em tempos de perseguição compelido a comungar com as próprias mãos sem a presença de um padre ou ministro não faz uma ofensa séria,* como o longo costume sanciona a prática dos fatos. Todos os solitários no deserto, quando não há padres, tomam a comunhão eles mesmos, guardando-A em casa" [3].
*Se é dito que não se faz uma "ofensa séria", devemos ter em mente que não se deixa de ser uma ofensa, ainda que não seja séria, isto é em casos de extrema necessidade como fora demonstrado.

Papa S. Leão Magno (400-461)
No capítulo sobre "A verdade da Encarnação é provada tanto pela festa da Eucaristia quanto pela divina Instituição das esmolas": "A pessoa recebe na boca o que ela acredita pela fé" [4].

Papa S.Gregório Magno (540-604) comentando o Papa S.Agapito I

05 abril 2016

SÃO FRANCISCO DE ASSIS E AS CRUZADAS

Sao Francisco diante do Sultao Al-Malik Al-Kamil, Fra Angelico c 1429, Lindenau Museum, Altenberg.


Durante a Quinta Cruzada, quando os cristãos cercaram Damietta, no delta do Nilo, no Egito, São Francisco foi para lá.

O cerco durou 17 meses.

Certa vez, São Francisco teve uma visão de Deus, que lhe disse que os cristãos seriam derrotados num combate que preparavam. São Francisco os preveniu, mas não foi ouvido, e, nesse combate, os cristãos perderam 6.000 homens. Mas o cerco de Damietta prosseguiu.

São Francisco, então, resolveu ir até os maometanos, para tentar convertê-los ou morrer mártir. Foi até as tropas maometanas que aprisionaram ao santo e ao frade que o acompanhava, batendo muito nos dois frades.

Levado diante do sultão do Egito, Malek Kamel, São Francisco pregou valentemente o cristianismo, a Santíssima Trindade, e atacou Maomé de modo nada ecumênico. Queriam matá-lo por isso, mas o Sultão não deixou.

São Francisco desafiou, então, os ulemás maometanos a entrarem com ele numa grande fogueira.

Quem saísse vivo da fogueira teria provado que seu Deus era o verdadeiro.Nenhum ulemá aceitou entrar na fogueira.

São Francisco propôs, então, a Malek Kamel, que ele entraria sozinho no fogo. Caso ele morresse, seria como punição de seus pecados. Caso ele saísse vivo, seria a prova de que o Cristianismo era a religião verdadeira. E, nesse caso, o sultão deveria se fazer batizar com todo o seu povo.

Desta vez, foi o sultão que ficou com medo...

03 abril 2016

ELES PERTENCEM AO MUNDO - SERMÕES SÃO JOÃO MARIA VIANNEY



“Uma parte, e talvez a maior parte das pessoas, está totalmente envolvida com as coisas deste mundo. E neste largo número, existem aqueles que se julgam felizes por terem suprimido todo e qual-quer sentimento de religiosidade, todo e qualquer pensamento sobre a vida eterna, aqueles que fizeram de tudo que estava em seu poder, para apagar da memória, a terrível recordação do Julgamento, no qual um dia, todos nós teremos que nos apresentar e prestar contas. Durante o curso de suas vidas, eles usam de tudo quanto é artimanha, e freqüentemente até suas posses, para atraírem para o seu modo de vida, tantos quanto puderem. Eles já não acreditam em mais nada. Aliás, eles até sentem um certo orgulho em se exibirem mais ímpios e incrédulos do que realmente são, para poderem convencer os outros a acreditarem, não em verdades, mas sim em falsidades, que vão fincando raízes nos corações daqueles que são influenciados por eles.

Durante um jantar que Voltaire deu num certo dia para seus amigos, – um bando de ímpios– ele rejubilou-se porque entre todos os presentes não havia um sequer que acreditava em religião. Embora no fundo, ele próprio ainda acreditava. Tanto é verdade, que ele demonstrou isso claramente na hora de sua morte. Naquele momento crucial, ele ordenou com grande pressa que um sacerdote fosse levado à sua presença para reconciliar-lhe com Deus. Mas foi tarde demais!

Deus, contra Quem ele havia lutado e falado mal com tanta fúria, durante toda a sua vida, agiu com ele do mesmo modo como agiu com Antíoco. Deus simplesmente o abandonou à fúria dos demônios.

Naquele momento de pavor, Voltaire tinha apenas o desespero e o pensamento da condenação eterna que lhe estava destinada.

O Espírito Santo nos diz: "O tolo diz em seu coração: não existe Deus". Mas é apenas a corrupção de seu coração que o leva a cometer tais excessos. No fundo, no fundo, ele não acredita nisso. Ou seja, aquelas palavras: "Deus existe", nunca desaparecerão inteiramente de seu coração. O pior dos pecadores sempre proferirá o nome de Deus, mesmo sem pensar no que está dizendo!

10 março 2016

LUÍS MARTIN E ZÉLIA GUÉRIN - PAIS DE UMA SANTA FAMÍLIA

Zélia Guerin e Luís Martin - Modelo de Casal e de Pais Católicos

A bela e inspiradora história do casal Martin, pais de Santa Teresinha do Menino Jesus.

“Bastava olhá-los para saber como rezam os santos”
Santa Teresinha do Menino Jesus.


Sr. Luís Martin

Nascido em Athis, no departamento do Orne, o pai do Sr. Martin havia participado das guerras napoleônicas e permanecera no exército mesmo depois de Waterloo. Como mudava frequentemente de guarnição, o seu terceiro filho, Luís, nasceu em Bordeaux, em 1824. Ao aposentar-se, o capitão Martin fixou residência em Alençon, não longe de sua terra natal. Tão bom Cristão quanto bom soldado, não brincava em serviço; exato em tudo, não cometia nenhuma infração a regra.

Legou ao seu filho Luís uma piedade quase militar, e este preservaria a compostura de um oficial até os seus últimos dias. Luís era alto, de porte ereto, e jamais virava a cabeça; aos vinte anos de idade, tinha a fama de ser o mais belo rapaz do vilarejo. Mas não se fez soldado. Em casa de uns primos de Rennes, assumiu o espírito bretão e a vocação de relojoeiro, um oficio silencioso que lhe veio a calhar.

01 março 2016

CONFIANÇA - SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS



CONFIANÇA

A medida da minha confiança em Deus será confiar nele sem medida.

"Não é por ter sido preservada do pecado mortal que me elevo a Deus pela confiança e pelo amor. Ah, não.  Sinto que ainda mesmo que tivesse consciência de haver cometido todos os crimes que se podem cometer, nada perderia da minha confiança; com o coração despedaçado pelo arrependimento iria lançar-me nos braços do meu Salvador.  Bem sei que Ele ama o filho pródigo, ouvi as palavras que dirigiu a S. Madalena, à mulher adúltera, à samaritana..."

"O Senhor leva em conta as nossas fraquezas, pois que conhece perfeitamente a nossa fragilidade.  Portanto, de que havemos de temer?"

"Sim, não tenho dúvida que o Senhor é mais terno que uma mãe!  E eu conheço a fundo mais de um coração materno!  Sei que uma mãe está sempre disposta a perdoar as pequeninas indelicadezas involuntárias de seu filho."

"Confio em Jesus, conto-lhe todas as minhas infidelidades, pensando com temerário abandono adquirir, assim, maior império sobre o seu coração; atiro-me com maior confiança ainda ao amor daquele que 'não veio chamar os justos, mas os pecadores.'  Jesus é onipotente; a confiança faz milagres."

"O que o ofende, o que lhe fere o Coração é a falta de confiança."

"O meu Caminhozinho é todo ele de amor e confiança, e não compreendo as almas que têm medo de um tão terno Amigo.  Nunca se confia demais em um Deus tão poderoso e tão bom.  Obtém-se dele tanto quanto se espera."

"Há de ser a confiança e só a confiança que nos levará ao amor."

29 fevereiro 2016

SÃO JOSÉ



São José, o homem justo por excelência, o glorioso esposo de Maria e pai legal
do Filho de Deus, é certamente um dos santos mais venerados
pela piedade popular.

Há certos homens, ao longo da História, cuja grandeza ultrapassa qualquer lenda e esgota mesmo a mais rica capacidade de imaginação. Tais homens parecem ser objeto de uma especial predileção de Deus, o qual Se compraz em adornar cuidadosamente suas almas com o brilho das virtudes e de raríssimos dons. Predestinados desde o nascimento, sua vida se desenvolve em meio a aventuras extraordinárias e assombrosas que ora lhes favorecem o desempenho da missão, ora levantam-se como obstáculos intransponíveis, dando ocasião a lances de confiança e audácia que tornam suas pessoas ainda mais dignas de admiração.

No Antigo Testamento encontramos narrativas dessas a cada passo.

NÃO JULGUEIS E NÃO SEREIS JULGADOS - SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS



NÃO JULGUEIS E NÃO SEREIS JULGADOS'' - Exemplo prático de Santa Terezinha do Menino Jesus. (Do Livro "História de uma alma")

''Sinto que quando sou caridosa é só Jesus que age em mim; mais unida fico a Ele, mais amo todas as minhas irmãs. Quando quero aumentar em mim esse amor, quando o demônio, sobretudo, procura colocar perante os olhos da alma os defeitos de tal ou qual irmã que me é menos simpática, apresso-me em procurar ver suas virtudes, seus bons desejos. 

Penso que, se a vi cair uma vez, bem pode ter conseguido muitas vitórias que ela esconde por humildade, e que mesmo aquilo que para mim parece ser uma falta pode ser, devido à intenção, um ato de virtude.

Não tenho dificuldade em acreditar, pois já fiz uma pequena experiência que me provou que não se deve julgar. Foi durante um recreio, a porteira deu dois toques, era preciso abrir a grande porta dos serviçais a fim de introduzir árvores destinadas ao presépio. O recreio não estava alegre, pois não estáveis aí, Madre querida, e, por isso, pensei que me seria agradável ser mandada para servir de terceira.

Nesse momento, madre vice-priora disse-me que fosse, ou a irmã que estava a meu lado. Logo comecei a desatar o nosso avental, mas bem devagar, a fim de que minha companheira pudesse desatá-lo antes de mim, pois pensei agradar-lhe deixando-a ser terceira. A irmã que substituía a depositária observava-nos rindo e, vendo que me levantei por último, disse-me:

 "Ah! bem que imaginei que não seria vós quem acrescentaríeis uma pérola à coroa, andáveis devagar demais..."

Certamente, a comunidade toda pensou que eu tinha agido segundo a natureza.
Não sei dizer como uma tão pequena coisa fez bem à minha alma e me tornou indulgente em relação às fraquezas dos outros. Isso me impede também de sentir vaidade quando sou julgada favoravelmente, pois digo a mim mesma: se meus pequenos atos de virtude são vistos como imperfeições, pode também haver engano e considerar-se como ato de virtude o que não passa de imperfeição. Então, digo com são Paulo: Bem pouco me importo em ser julgado por vós ou por um tribunal de homens, nem julgo a mim mesma; quem me julga é o Senhor. Assim, a fim de fazer com que esse julgamento me seja favorável, ou melhor, a fim de não ser julgada de forma alguma, quero ter sempre pensamentos caridosos, pois Jesus disse: Não julgueis e não sereis julgados.''