Quando S. Gregório Magno era secretário na corte de Constantinopla, reinava no trono do Oriente o jovem imperador Tibério II. Este, passando um dia por um corredor estreito e escuro de seu palácio, viu no mármore do piso gravada uma cruz e exclamou: "Meu Deus! fazemos o sinal da cruz na testa, na boca e no peito e depois a pisamos".
Imediatamente mandou arrancar aquela do piso; debaixo, porém, havia outra gravada com o mesmo sinal. Depois a terceira, a quarta e mais outras sempre com o sinal da cruz. Quando estavam retirando a sétima pedra, ouviu-se um murmúrio de admiração. Havia debaixo daquela pedra anéis de ouro, prata, rubis, pérolas, esmeraldas, colares, um tesouro de grandíssimo valor.
O imperador contemplava aquelas joias a tremer de alegria e sem dizer uma palavra. O imperador do Oriente pode ser um símbolo de todo homem que passa pelo corredor escuro e estreito desta vida. Apresentam-se-nos muitos anos dolorosos, gravados com a cruz do sofrimento. Passam-se os anos, termina a nossa carreira e, na outra vida, encontramos as cruzes transformadas em intenso tesouro.
Tesouro de Exemplos, Pe. Francisco Alves.
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