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Formação Católica

10 setembro 2015

ROMANOS IMPLACÁVEIS - COMENTÁRIO ELEISON - 424

ROMANOS IMPLACÁVEIS
CDXXIV (424) - (29 de agosto de 2015):

Leitores, cuidado, e este meu conselho aceitem:            
Quando o acordo chegar,  atentem-se as letras miúdas!

Rumores que chegam da Fraternidade Sacerdotal São Pio X parecem confirmar a especulação destes "Comentários" da semana passada (ver CE 423 de 22 de agosto), de que Roma quer um acordo com a FSSPX. Os rumores falam de um encontro secreto ocorrido no início deste mês, no qual os líderes da FSSPX discutiram sobre finanças e um "preâmbulo doutrinal". Terá sido o mesmo preâmbulo mencionado pelo Cardeal Müller em 3 de agosto? Aquele redigido por Roma para a FSSPX assinar?

O Cardeal disse que ele seria necessário para qualquer acordo, ao mesmo tempo em que Dom Schneider afirmou não ter visto nenhum problema doutrinal, já que o Vaticano II foi meramente “pastoral". Mas independentemente dos rumores, vamos recordar as bases imutáveis do problema.

Os dezesseis documentos oficiais do Concílio Vaticano II apresentam em conjunto uma nova visão de Deus, da vida e do homem, uma nova religião em sintonia com o mundo moderno centrado no homem, mas em choque com a religião católica centrada em Deus que não mudou essencialmente por mais de mil e novecentos anos. Ambas as religiões ensinam sua visão de Deus, da vida e do homem, ambas são doutrinais, mas as duas doutrinas se chocam. No entanto, por hábeis ambiguidades – a ambiguidade é a marca dos dezesseis documentos – os sacerdotes do Concílio foram persuadidos de que não havia conflito, e então, quando eles votaram a favor dos documentos, houve três razões pelas quais os católicos de todo o mundo seguiram a nova religião: o choque dela com a verdadeira Fé foi habilmente disfarçado; foi ela imposta aos católicos por quase todas as autoridades da Igreja, desde os Papas; ela era mais fácil de praticar do que a religião pré-conciliar.

Mas Deus suscitou um verdadeiro pastor, Dom Lefebvre, para insistir sobre o choque doutrinário, para enfrentar as autoridades infiéis da Igreja, e para dar continuidade à prática da religião pré-conciliar por quaisquer almas que desejassem se dar ao trabalho. E estas estavam em número suficiente para que a Fraternidade do Arcebispo já estivesse espalhada pelo mundo no momento de sua morte, em 1991. Mas seus sucessores na liderança de sua Fraternidade nasceram depois da Segunda Guerra Mundial, em um mundo bastante diferente daquele do Arcebispo, que nasceu antes da Primeira Guerra Mundial. Eles não viram o mundo ou a doutrina como ele viu, então não tiveram a mesma motivação que ele teve para seguir enfrentando as autoridades da Igreja, mesmo que ainda não estivessem querendo o relaxamento conciliar da disciplina da Igreja (querido agora por mais e mais tradicionalistas). Então, foi simplesmente uma questão de tempo até que o magnetismo de Roma exercesse sua força de atração.

Com relação aos romanos, eles estavam obstinados em sua nova religião conciliar, e assim, a partir do ano 2000, deram abertamente as boas-vindas a todas as aproximações feitas pela FSSPX, porque a doutrina e a prática do catolicismo imutável desta eram uma reprimenda às suas novidades maçônicas, e uma constante ameaça para eles, como um último agrupamento invencível do inimigo na retaguarda de uma invasão que de outra forma teria sido completamente bem sucedida. Portanto, tal como os romanos querem absorver a FSSPX em sua Neoigreja, assim os atuais líderes da FSSPX querem pôr a si mesmos novamente sob a autoridade da Igreja oficial de Roma. É um casamento realizado no Inferno, no qual doces homens da Neoigreja como Dom Schneider não veem nenhum problema porque eles não enxergam, ou não querem enxergar, o choque subjacente entre as bases das doutrinas.

Portanto, o Cardeal Müller está certo em relação a isto. Se dois homens têm diferentes visões de Deus, da vida e do homem, qualquer acordo entre eles só poderá ser relativamente superficial. Assim, se a FSSPX não pode ser levada a abandonar o dogma, ou melhor, a minar todo o dogma católico com o super dogma maçônico de que todo dogma é pieguice, então a FSSPX é obrigada a atuar dentro das muralhas de Roma como um cavalo de Troia. Eis porque o Cardeal insistirá em um preâmbulo. Se escrito por Roma ou pela FSSPX, isso não tem importância, contanto que a massa dos tradicionalistas, tal como a massa dos católicos depois do Vaticano II, se deixe enganar pelas ambiguidades doutrinais. Estas serão brilhantes.


Kyrie eleison.

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