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Formação Católica

07 setembro 2015

ARTE DE SEIS VINTÉNS - COMENTÁRIO ELEISON - 177



ARTE DE SEIS VINTÉNS
ELEISON COMMENTS CLXXVII (04 de dezembro de 2010)


O pintor francês Paul Gauguin (1848-1903) repudiou a sociedade moderna em nome da arte, mas a arte que ele tomou a liberdade de criar não parece ter-lhe trazido paz (EC 175). O romancista Inglês Somerset Maugham (1874-1965) escreveu uma versão da vida de Gauguin alguns anos após sua morte, o que parece refletir o mesmo repúdio e a mesma falta de paz (EC 176). Mas por que o artista moderno está em desacordo com a sociedade que ele reflete e que o apoia? E por que a arte moderna que ele produz é em geral tão feia? E por que as pessoas persistem em apoiar esta arte tão feia?

O artista rebelde remonta aos Românticos. O Romantismo floresceu junto com a Revolução Francesa, que eclodiu em 1789, mas que continua desde então derrubando o trono e o altar. Os artistas modernos, refletindo a sociedade em que vivem, que é o que faz todo artista, cada vez mais repudiam a Deus. Ora, se Deus não existe, então a Revolução trouxe uma liberdade da ilusão de Deus, que dominava a mente dos homens desde tempos imemoriais, e por isso as artes deveriam ter florescido serenamente. No entanto, a arte moderna é realmente serena? Ou não será ela um tanto suicida?

Por outro lado, se Deus existe, e se o talento do artista é um dom de Deus para ser usado para a sua glória, como inúmeros artistas do passado costumavam proclamar, logo o artista sem Deus estará em guerra com o seu próprio dom, e o seu dom estará em guerra com a sua sociedade, e a sociedade estará em guerra com o seu dom. Não é isso o que observamos ao nosso redor, por exemplo, o profundo desdém dos materialistas modernos por todas as artes, sob o pretexto de respeito?

Em todo caso, se Deus existe, as perguntas acima são fáceis de responder. Em primeiro lugar, o artista está em desacordo com a sociedade moderna, porque o sopro de Deus dentro dele, que é o seu talento, sabe que a sua sociedade é desprezível, na medida em ele está sem Deus. O fato de que a sociedade o apoia apesar de seu desprezo só a torna ainda mais desprezível. Como Wagner disse certa vez, quando sua orquestra aumentada pretendia eliminar uma fileira de assentos no teatro, “Menos ouvintes? Tanto melhor!” Em segundo lugar, como um dom de Deus que se voltou contra Ele poderia produzir algo harmonioso ou belo? Para que uma pessoa julgue que a arte moderna seja bonita ela terá de inverter o sentido das palavras: “São iguais o belo e o feio” (Fair is foul and foul is fair) (Macbeth; Ato 1 – Cena 1) — mas quando foi que um artista, mesmo que moderno, confundiu a feiura com a beleza em uma mulher? E em terceiro lugar, as pessoas modernas vão persistir em inverter o sentido das palavras porque elas estão em guerra contra Deus, e não têm nenhuma intenção de desistir. “Antes o turbante do Turco que a tiara do Papa”, disseram os gregos pouco antes da catastrófica queda de Constantinopla em 1453. “Antes o comunismo que o catolicismo”, disseram os senadores americanos após a Segunda Guerra Mundial, e tiveram o desejaram.

Resumidamente, Wagner, Gauguin e Maugham e milhares de artistas modernos de todos os tipos têm o direito de desprezar a nossa atual Cristandade de seis vinténs, mas a resposta não é fazer ainda mais guerra contra Deus usando a arte moderna. A resposta é parar de fazer guerra contra Deus, para dar novamente a glória devida a Ele e colocar Cristo de volta na Cristandade. Quanta feiura ainda será necessária para que os homens se voltem para a tiara e escolham o catolicismo mais uma vez? Seria necessária uma Terceira Guerra Mundial?

Kyrie eleison.

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