Jacques de Mailly - Herói Católico |
Jacques de Mailly - Fiel e Valente Cavaleiro de Cristo, história das Cruzadas.
Era um fim de batalha. Foi em Hattin (Tiberíades), em 4 de Julho de 1187. Nessa batalha Saladino desbaratou, por castigo, os exércitos cristãos da Palestina liderados pos chefes depravados. Por toda parte os corpos de cruzados cobertos de sangue atestavam sua fidelidade e, desgraçadamente, sua
derrota. Os maometanos haviam triunfado na batalha de Tiberíades. Os principais chefes cristãos e até mesmo o rei de Jerusalém caíram prisioneiros de Saladino.
Só um homem continuava a lutar. Coberto do ferro e sangue, montado num cavalo branco espumante e exausto, cercado de infiéis, o último cavaleiro resistia. Sua espada descrevia terríveis molinetes e a seu redor estavam mortos os inimigos que haviam ousado aproximar-se dele. Os maometanos o contemplavam, de longe, e no furor de seus olhos brilhava também, apesar de tudo, uma centelha de admiração.
Que homem era esse que não capitulava? Que tipo de homem era esse que não cedia, nem recuava? Quem gerara um filho de tal porte? Quem forjara essa aIma-couraça e esse coração indomável?
Feridos e exangues cavalo e cavaleiro caem por terra.
Imediatamente, ele se reergue e se lança sobre os inimigos. Tudo acaba.
Tudo não.
Só não termina a admiração. A morte do herói até a fizera crescer. E os turcos e os curdos, os semi-bárbaros, os maometanos, os inimigos, se aproximam e molham seus albornozes no sangue do cruzado morto, e repartem suas vestes e armas para conservar algo de lembrança do mais valente dos homens. (Cfr. Joseph François Michaud, História das Cruzadas, Ed.das Américas- vol.II pp.397/393).
Quem era este homem de coração de ferro? Que Mãe concebera um tal herói?
Ele era um filho da Igreja Católica. Ele era um cavaleiro.
Era o Marechal do Templo Jacques de Mailly.
Antes da batalha, ele discordara do plano imprudentemente louco que o orgulhoso Grão Mestre do Templo - o péssimo Gerard de Ridefort – havia imposto aos cruzados. O Grão Mestre insultou Jacques Mailly, acusando-o publicamente de covardia: “Você gosta demais de sua cabeça loira, pois que tão bem a quer manter”
Ao que o Marechal do Templo retrucou: “Eu me farei matar como um nobre, e será você quem vai fugir”.
Jacques Mailly partiu ao ataque à frente de 150 cavaleiros templários contra todo o exército maometano, “com um tal ardor que, escreveu Ibn Al-Athir, que as cabeleiras mais negras teriam embranquecido de pavor” (René Grousset, Histoire des Croisades, Plon, Paris, 1934, 3 volumes, III Volume, p. 784).
Gérard de Ridefort escapou vivo da derrota de Tiberíades. Foi feito prisioneiro com o Rei Guy de Lusignan e com centenas de cavaleiros das Ordens Militares. Saladino fez massacrar todos os cavaleiros Templários e Hospitalários aprisionados em Hattin. Mas, Gérard de Ridefort teve a vida poupada...
Isto aconteceu nas Cruzadas, num tempo em que havia fé, tempo em que se seguia o conselho de Cristo: "agora, quem não tem uma espada, venda o manto e compre uma".
Isto aconteceu na Idade Média, “doce primavera da Fé”, -- primavera na qual podiam acontecer dias de tempestade negra -- quando havia heróis e traidores. Luz e trevas. Inquisição e hereges. Mas em que a Luz dominava as trevas.
Isto aconteceu no tempo em que "havia escudos brancos, quando havia cruzados francos".
Aconteceu nos séculos da fé e da glória.
Aconteceu na Idade Média.
Orlando Fedeli ( Trecho do artigo " A Cavalaria")
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