A GRANDEZA
Ter o olhar voltado para as claras estrelas, Não temer as duras batalhas, mas querê-las.
Águia fitando o sol, viver para as alturas, desprezando as coisas baixas, vis e obscuras.
Amar só os horizontes vastos e azuis. Odiar os negros charcos e os mortos pauis.
Ter a alma sem medo, covardias, tremores, valente e forte como o rufar dos tambores.
Ter na alma claras notas de clarins de prata, e nos lábios um canto ardente que arrebata.
Ser impelido pelos ventos da epopeia, longe das calmarias podres de vida ateia.
Entre nuvens de fumo, de ódio e de poeira, ousada e desafiante, desfraldar bandeira.
Qual falcão atacar, desprezando o perigo, tendo olhos só para Deus e para o inimigo.
Não temer jamais nem as armas, nem as vaias, nem o combate franco, nem as vis tocaias.
E, não fugindo nem da arena, nem do sorriso. ver, na morte e cruz, as portas do Paraíso.
Jamais calcular o número do inimigo. Mas contar só com Deus, com Santiago e consigo
Por justo combater, mesmo que solitário, sem ver o número, enfrentar o adversário.
Viver abrasado de amor pela verdade, Encantado pela beleza e poesia,
mantendo no coração a fidelidade aos ecos longínquos de uma canção bravia.
Escutar, escutar sempre os clarins de glória, chamando ao combate, proclamando a vitória.
Amar a solidão do deserto ou do mar ser fiel até a morte e jamais capitular.
Não temer ser desprezado e tido por nada, não querer senão o triunfo da cruzada.
Ter uma alma agressiva que não retroceda. Não ter no coração nem baixeza, nem lama,
mas de heroísmo, ser ardente labareda, ser da verdade arauto, da pureza, chama.
Viver sempre enamorado pela proeza, a alma sempre firme ancorada na certeza
sedenta de Deus, de infinito e de grandeza.
Orlando Fedeli
São Paulo, 1975
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